Vitória, Espirito Santo 27 de setembro de 2011
Essas ultimas semanas recebi algumas opiniões e alguns questinamentos sobre minha postura diante desta sociedade caótica. Claro que isso tudo me fez pensar. Foram vários questionamentos sobre perder minha juventude, os momentos, os amigos, a família, a saúde e tudo mais. Esse repensar só me fez reafirmar meu compromisso feito com Aquele que é o autor da vida. Meu compromisso é mais que social, é algo espiritual e místico. Só quem vive é que sabe e entende.
Mas quero partilhar um caso que vivi hoje. Estavamos eu e minha querida amiga Silvani na Sesport resolvendo os problemas referentes as Conferencias Regionais e Territoriais. Caramba quanto problema, quanta confusão e estresse. E meio a esse caos todos é claro que rolou muitas risadas, partilhas e conversas. Conhecemos também uma menina que é secretária do sub-secretário da Sesport (embolação com a palavra secretária neh!?! risos).
Claro que mais da metade da minha conversa com a Silvani era sobre politica, direitos e juventude. É a nossa conversa favorita. Lá pelas tantas esse menina vira pra gente e faz um montão de perguntas: o que era as PPJ´s, em que trabalhavamos, se ganhavamos pra fazer aquilo, o porque das conferencias, se só as manisfestações bastavam.... enfim "n" coisas.
Nossa na hora me deu vontade de virar o olho como eu sempre faço quando alguém faz alguma colocação maluca. A Sil sabe muito bem do que eu to falando... Claro que tentamos ser as mais gentis possiveis, mas era notorio como nos incomodava uma jovem tão bonita e aparentemente inteligente nos perguntar coisas tão simples. Comecei a imaginar que milhares de jovens assim como ela não sabia nada de nada. Que não sabem de sua força contagiante, seu poder transformador e o gosto do empossamento do seu protagonismo! Isso me inquetou de certa forma e fez com que eu reafirmasse ali meu compromisso.
Passado esse susto inicial a conversa continuou de maneira até interessante. Quando penso que não ela me solta mais uma: "Porque vocês mexem com esse negocio de ONG, de movimento social, de conferência se isso num dá dinheiro?" (Detalhe tanto eu quanto a Sil estamos disponiveis no mercado de trabalho... kkkk)
Caraca eu já ouvi essa frase antes, porém com outras palavras e de outras pessoas. Entretanto mais uma vez quase tive um troço. Tentei explicar-la, porém pra mim militar por dignidade, por efetivação de direitos, por um mundo mais justo e mais fraterno não tem preço. Sem contar que essa concepção das pessoas que tudo tem que envolver dinheiro é um pensamento capitalista e individualista do qual eu não comungo. Contudo é o senso comum.
Esse fato me fez lembrar de uma música do Zé Vicente muito cantada em nossos encontros pastorais. Ela traduz de fato esse sentimento, essa força, esse encanto.
Grito dos Excluídos
O Que Vale É O Amor - Zé Vicente
Se é pra ir a luta, eu vou
Se é pra tá presente, eu tô
Pois na vida da gente o que vale é o amor
É que a gente junto vai
Reacender estrelas vai
Replantar nosso sonho em cada coração
Enquanto não chegar o dia
Enquanto persiste a agonia
A gente ensaia o baião
Lauê, lauê, lauê, lauê
É que a gente junto vai
Reabrindo caminhos vai
Alargando a avenida pra festa geral
Enquanto não chega a vitória
A gente refaz a história
Pro que há de ser afinal
Lauê, lauê, lauê, lauê
É que a gente junto vai
Vai pra rua de novo, vai
Levantar a bandeira do sonho maior
Enquanto eles mandam, não importa
A gente vai abrindo a porta
Quem vai rir depois, ri melhor
Lauê, lauê, lauê, lauê
E é isso. Essa força, esse encanto, essa história de encontros e desencontros, lutas e sonhos se faz assim. Se faz atraves da percepção constante de que acreditar é viavel, lutar se faz necessário e sonhar é possivél! Viva a utopia de acreditar num mundo mais justo, "pois na vida da gente o que vale é o amor!"
Paulinha